quinta-feira, 29 de março de 2012

O adeus a macaibense Ademilde Fonseca

Rainha do Choro
O choro chora a perda de Ademilde Fonseca (1921-2012), umas das maiores cantoras que o Brasil já teve. Potiguar de São Gonçalo do Amarante, Ademilde faleceu ontem à noite no Rio de Janeiro, por voltas das 23h30, em virtude de um ataque cardíaco fulminante. Ela morava na capital carioca desde o início dos anos 1940, onde formou família e construiu uma carreira que já ultrapassava as sete décadas. Ao gravar a clássica "Tico-tico no fubá", de Zequinha de Abreu e Eurico Barreiros, se tornou a primeira intérprete a colocar voz em um chorinho, gênero até então exclusivamente instrumental, e ganhou o título de "Rainha do Choro".

Com um histórico de problemas cardíacos, a cantora mantinha a saúde em dia com consultas e exames frequentes, tomava remédio para controlar obstruções nas artérias e mantinha uma rotina normal. Aos 91 anos, estava em plena atividade e tinha compromisso marcado em Natal no próximo dia 23 de abril, Dia do Choro, quando iria apresentar o show "De mãe pra filha", no qual dividiria o palco com a filha (única) Eymar Fonseca. Na programação ainda constava participação especial do cantor Rodolfo Amaral, de quem se considerava madrinha musical. Ademilde deixa duas netas e quatro bisnetos. Seu corpo foi sepultado ontem à tarde no cemitério São João Batista, zona Sul do Rio.

Lembrada pelo pioneirismo musical e seu passado de sucessos, a artista se mantinha atenta ao presente e mantinha perfil em rede social onde se apresentava da seguinte maneira: "Sou cantora, única no gênero de chorinho. Sou mãe, avó e bisa. Sou organizada, mas esqueço onde ponho minhas coisas. Gosto de casa limpa, arrumada e cheirosa. Não procuro mais os meus amigos com medo de incomoda-los. Alguns me chamam de anti-social. (…) Agradeço a Deus por ter me dado o dom de cantar, cantando pude ajudar muitos familiares e educar minha filha."
Fonte (texto): tribunadonorte.com.br

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